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Trem de Histórias

Trem de Histórias - antologias de contos infanto-juvenis
Trem de Histórias – antologias de contos infanto-juvenis

TREM DE HISTÓRIAS

Antologia de contos infanto-juvenis de escritores e ilustradores da AEILIJ

APRESENTAÇÃO

É com imensa alegria que apresento o primeiro livro digital da AEILlJ: uma antologia sobre trens. Na verdade, o sonho de lançarmos essa antologia era antigo. Já havíamos tentado fazer isso alguns anos atrás, mas o trem acabou descarrilhando e vimos nosso sonho se perder pela estrada de ferro afora.

Mas sonho é coisa danada, adora se esconder nos lugares mais secretos de nossa imaginação. E não é que esse ficou lá, escondidinho?

Um dia, a partir de uma conversa em nossa lista de discussão na internet, o assunto do trem reapareceu. Vai ver ele escapou da imaginação de um dos nossos associados… E, de repente, foram chegando mensagens e mais mensagens falando sobre o assunto. Quando vimos, lá estava o trem nos trilhos novamente, pronto para partir.

O maquinista que organizou esse “trem digital” se chama Alexandre de Castro Gomes. Mas ele não se esqueceu da primeira maquinista que tentou colocar o trem nos trilhos, nossa amiga Diléa Pires, que adorou saber que o trem agora está partindo para terras nunca antes exploradas: a terra da imaginação dos leitores.

Curtam a valer esta antologia que reúne contos, crônicas e poesias direcionados ao público juvenil. Todos os textos e as ilustrações foram feitos por associados da AEILlJ. A Caki Books abraçou a ideia e publicou o primeiro e-book da nossa turma, que também poderá ser impresso por demanda.

E assim, inauguro essa nova linha chamada Trem de histórias da AEILIJ. A estação de partida se chama Sonhos e as estações seguintes se chamam Leitores e Leituras. Divirtam-se!

Anna Claudia Ramos
Presidente da AEILlJ (junho de 2007 – junho 2011)

TRECHO DE CONTO DE ANGELA

Miragem

Angela Leite de Souza

“Chico era um sujeito muito especial. Sempre de bem com a vida, tinha na ponta da língua a piada, o gracejo, a resposta prontinha. Essa presença de espírito, porém, tinha seus riscos… Como naquela viagem de trem pelo interior de Minas Gerais, nos idos anos 30 do século passado.

Uma ideia fez cosquinha na imaginação do Chico. E, como sempre, ele não resistiu. Pôs a cabeça para fora da janela e chamou bem alto:

– Pssst! () homem das melancias!
Melancias?! Aquela era uma palavra mágica em meio ao calorão da tarde. Os companheiros de viagem, alvoroçados com a possibilidade de matar a sede, voaram em direção à janela, todos ao mesmo tempo, quase esmagando o Chico.”