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Cabelos de fogo, olhos de água

Cabelos de fogo, olhos de água
Cabelos de fogo, olhos de água

CABELOS DE FOGO, OLHOS DE ÁGUA
Angela Leite e Lino de Albergaria
Ilustrações:
Mariângela Haddad

Editora Cortez
Infanto-juvenil
2006

SINOPSE

Mais um ano começa no Instituto Eugênia Keller, e a novidade na 6ª B é uma menina com cara de nerd – olhos cor de água atrás dos óculos – e, pior ainda, chamada Letícia Bárbara. É claro que o Tonhão – cabelos cor de fogo e o bom-geral da turma – irá declará-la inimiga, principalmente por ter tido o atrevimento de sentar-se na sua carteira, logo no primeiro dia de aula. A partir daí, a 6ª B divide-se em duas facções, numa guerra em que sai até morte!

UM POUQUINHO DE TEXTO

“As meninas me abraçavam, mas não tinham coragem de olhar pro meu miquinho agonizante, que dava umas sacudidas e uns guinchos meio roucos, de vez em quando.
– Acho que não tem jeito, Letícia, ele vai morrer… agora era o Marquinho quem falava comigo, segurando minha mão.
Apesar de toda a tristeza, meu coração deu um pulo de felicidade naquele minuto. Depois, fiquei ainda pior.
– Ele não vai morrer, não! Ele NÃO PODE morrer! – eu gritava no maior desespero.
Quando a gente está com a turma, mãe aparecer no pedaço é o pior mico que alguém pode pagar! A não ser quando você está com um mico de verdade no colo, à beira da morte… Por isso, foi o maior alívio quando escutei a voz da minha dizendo:
– Calma, filha, vamos levar o Chiquinho no veterinário, enxuga essas lágrimas.
Como é que ela tinha ido parar ali tão depressa? Acho que toda mãe tem bola de cristal.
– Falou – foi a única coisa que eu consegui responder, antes de desabar no colo dela, chorando mais ainda.

A Sheila e a Pat, que são as valentes da sala, foram junto. Meu mico mais parecia um bicho de pelúcia que perdeu o recheio: estava murcho e mole de dar dó. Quando chegamos à clínica, já era tarde demais, ele não aguentou: soltou seu último ronquinho nos meus braços…”